Segundo a Cybersecurity Ventures, os prejuízos relacionados ao cibercrime devem alcançar a marca de US$ 10,5 trilhões por ano até 2025. É uma projeção que comprova a enorme responsabilidade que os Chief Information Security Officers (CISOs) têm em proteger os ativos digitais e informações sensíveis das empresas.
Para Bruno Telles, COO da BugHunt, organizações de todos os portes precisam realizar um monitoramento contínuo de ameaças, justamente para responderem a eventuais incidentes rapidamente. “A capacidade de identificar e mitigar riscos cibernéticos em tempo real é essencial para minimizar potenciais danos, sejam eles relacionados à reputação da marca ou financeiros”, diz.
Uma vez que antecipar ataques pode fortalecer as defesas contra esses crimes, há alguns investimentos fundamentais a se fazer em cibersegurança. Visando ajudar os CISOs no direcionamento eficiente de recursos, o especialista elencou os 5 principais deles.
1) Adoção da abordagem Zero Trust
Um dos ataques cibernéticos mais comuns nos dias atuais é o phishing, que basicamente envolve o roubo e uso fraudulento de dados pessoais. Com essas técnicas se tornando mais complexas e personalizadas, Telles ressalta que o mantra das organizações deve ser: “Não confie, sempre verifique”.
“Minimizar a superfície de ação criminosa é o primeiro ponto de partida de qualquer estratégia de cibersegurança. A abordagem Zero Trust (“Zero Confiança”) prioriza justamente a restrição de acessos a usuários ou dispositivos, sejam internos ou externos à rede, que não possuem verificação. Com isso, a prevenção contra agentes mal-intencionados já começa a ganhar corpo”, explica o executivo.
2) Conformidade com regulamentos de privacidade de dados
A aderência a normas globais e locais de proteção de informações sensíveis, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), é mais do que uma obrigação legal. Seguir essas regras cria uma cultura organizacional sólida no que diz respeito à relevância da privacidade, resguardando a organização em questão e os seus colaboradores.
Por esse motivo, o COO reforça que as empresas devem promover programas de conscientização e treinamento contínuos, adaptados à realidade e ao papel de cada funcionário. “O envolvimento da liderança é vital para enfatizar a governança ligada ao tema, incentivando a comunicação aberta sobre vulnerabilidades, incidentes e o funcionamento do universo digital como um todo”, afirma.
3) Segurança da Internet das Coisas (IoT)
Com o crescimento da IoT, automaticamente esse campo passou a ser cada vez mais atacado. Os criminosos buscam explorar as vulnerabilidades dos dispositivos dessa categoria, exigindo um grau de atenção maior às plataformas e sistemas interconectados.
“É recomendável que as companhias invistam em padrões e protocolos mais robustos dentro da sua estrutura digital, especialmente quando falamos de setores críticos, como infraestrutura de saúde, energia e industrial”, pontua Telles.
4) Programas de Bug Bounty
Assim como o phishing, os ataques de ransomware (criptografia e roubo de dados sensíveis) também estão mais sofisticados, o que pede por estratégias inovadoras e que fogem das táticas convencionais. O Bug Bounty é uma delas, já que mobiliza uma comunidade de pesquisadores qualificados para identificar falhas antes que os invasores possam explorá-las.
A eficácia dessa abordagem foi comprovada na própria BugHunt em 2023. Cerca de 1,3 mil relatórios de vulnerabilidades foram produzidos no ano passado, ajudando empresas de diversos segmentos, como OLX e WebMotors, a se defenderem contra crimes cibernéticos.
5) Cibersegurança proativa e Inteligência Artificial (IA)
O uso de IA é uma tendência crescente em praticamente todas as áreas, automatizando tarefas mecânicas e liberando os profissionais para se concentrarem em missões estratégicas. Não à toa, um estudo da IBM revela que 41% das empresas brasileiras já estão implementando a tecnologia em suas operações de alguma maneira.
Na cibersegurança não é diferente, como destaca o especialista da BugHunt: “A IA e o aprendizado de máquina são vias primordiais para a detecção proativa e preventiva de ameaças. Inclusive, a própria adaptação a novos tipos de ataques é otimizada com esse recurso, então não há dúvidas de que se trata de um investimento imprescindível a se fazer em 2024”, conclui.
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