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A inteligência artificial está deixando de ser apenas uma ferramenta inovadora para se tornar um vetor transformador na sociedade, impactando a governança, a cibersegurança e as dinâmicas sociais. Durante o Security Leaders Nacional, em São Paulo, Fábio Martins, professor, pesquisador e coordenador de Governança de TIC do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, apresentou uma visão profunda sobre como o uso exponencial da IA pode remodelar a cibersegurança e as relações humanas nos próximos anos.
Segundo Martins, hoje, a IA não apenas automatiza processos, mas influencia comportamentos e toma parte ativa na decisão humana. “A IA possui uma infraestrutura instantânea para gerar uma revolução”, destacou no keynote de encerramento do primeiro dia de Congresso. A nova fronteira tecnológica traz consigo desafios éticos e estratégicos que exigem que todos os níveis da sociedade, desde os técnicos até os decisores, estejam preparados para lidar com seus impactos.
“Somos profissionais que trabalham com normas, processos e procedimentos, e cabe a nós avaliarmos essa oportunidade em levar esse conhecimento para a ponta. A Inteligência Artificial vai dar essa acessibilidade, canalizando o conhecimento de forma exponencial”, acrescenta. Isso sugere que a governança da IA deve ser construída de forma colaborativa e inclusiva, começando por educar os profissionais desde o nível técnico.
Além disso, a ética em IA precisa ser um componente estrutural, permeando a formação dos profissionais de TI e segurança da informação. “Precisamos entender que essa discussão ética tem que chegar na base e na criação de uma rede de defesa, para que essa cultura comece na ponta”, reforçou Martins, enfatizando a importância de capacitar analistas e técnicos em princípios éticos e no uso responsável da IA.
Influência tecnológica
A capacidade da IA de influenciar comportamentos humanos e automatizar tarefas críticas apresenta novos cenários para a cibersegurança. Assistentes virtuais e sistemas automatizados já integram serviços com uma personalização nunca vista, mas isso também amplia as superfícies de ataque e os riscos de manipulação digital. “Vivemos num momento em que não basta entender como a IA opera, mas como ela influencia e molda escolhas e percepções das pessoas”, explicou Martins.
Na visão do executivo, o impacto da IA também gera a necessidade de redefinição dos papéis e responsabilidades nas equipes de segurança. Ele destaca que organizações precisam integrar a segurança desde as operações até os processos estratégicos, como já vem sendo adotado por empresas que participam do Security Leaders. A transformação é mais do que técnica — envolve uma mudança de mentalidade para entender que o ataque vai ocorrer, mas a perda de dados é inaceitável.
A proposta de Martins é clara: o futuro da cibersegurança exige que ética, tecnologia e educação caminhem lado a lado. À medida que a IA se torna parte intrínseca do cotidiano, profissionais e organizações devem estar atentos às oportunidades e riscos. Como concluiu o professor, “a IA não é apenas sobre o que pode ser feito, mas sobre como e por que deve ser feito. Essa é a revolução ética e técnica que precisamos liderar”.
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