Tarifaço: Simão Durando articula mobilização dos prefeitos para defesa da fruticultura irrigada
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A fruticultura irrigada do Vale do São Francisco, base econômica de dezenas de municípios nordestinos, atravessa um cenário de alerta máximo. A imposição de uma tarifa de 50% pelos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras de uva e manga, com vigência a partir de 6 de agosto, ameaça provocar um efeito devastador em toda a cadeia produtiva regional. O prejuízo previsto pode ultrapassar a casa dos R$ 480 milhões apenas neste primeiro momento.
Diante da gravidade da situação, o prefeito de Petrolina, Simão Durando, intensificou sua atuação política e institucional, cobrando providências urgentes por parte do governo federal e da diplomacia brasileira. O gestor diz que pretende articular os prefeitos e outras lideranças para pressionar pela derrubada do tarifaço, além de buscar formas para reduzir os danos para a cadeia produtiva com renegociação de dívidas e extensão de prazos para os produtores que tem financiamentos com bancos públicos.
Simão conversou, nesta quinta (31), com o presidente da Frente Nacional dos Prefeitos, Eduardo Paes, com o objetivo de articular as lideranças municipais para discutir soluções para a crise econômica que se avizinha para diversas cidades afetadas pelo tarifaço americano. Na próxima semana, já ocorrerá a primeira reunião de prefeitos, por videoconferência, para estudar os próximos movimentos junto ao Governo Federal, empresários e trabalhadores.
Durante entrevista ao programa Frente a Frente, Simão explicou a mobilização e a necessidade de união para enfrentar o momento de tensão com o governo americano. “É um momento de diálogo. De sentar à mesa para negociar. Estamos correndo contra o tempo porque essa medida dos Estados Unidos coloca em risco não só o futuro dos nossos produtores, grandes, médios e pequenos, mas também de milhares de trabalhadores que dependem da agricultura para garantir o sustento de suas famílias”, alertou Simão, que é secretário de Fruticultura da Frente Nacional dos Prefeitos.
Com a nova tarifa, cerca de 50 mil toneladas de manga e uva correm o risco de não serem embarcadas para o mercado norte-americano somente neste mês. Sem possibilidades logísticas de redirecionamento para outros destinos internacionais e com o mercado interno saturado, até 70% da produção pode se perder, acarretando desperdício, prejuízos milionários e sérios riscos sanitários, como o avanço da mosca-da-fruta, que pode comprometer safras futuras e abrir margem para novas barreiras comerciais.
A fruticultura irrigada representa um verdadeiro pilar da economia do Vale do São Francisco. Estima-se que 120 mil empregos diretos estejam ligados ao setor, o que corresponde a cerca de 60% da força de trabalho da região. Apenas em 2023, as exportações de frutas no Vale do São Francisco movimentaram R$ 4,4 bilhões, com projeção de alcançar R$ 5 bilhões em 2025, meta agora está ameaçada.
“O que está em jogo não são apenas estatísticas. É a estabilidade econômica de uma região inteira. O Vale do São Francisco é um exemplo de resiliência no semiárido, com tecnologia, irrigação e geração de riqueza para o Brasil. Essa luta não é de uma cidade, é de um país inteiro”, finalizou.
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