Artido do leitor: “A diferença entre a Extrema-Direita e a Esquerda”
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Neste artigo, o leitor Rosalvo Antonio faz um parâmetro básico entre a extrema-direita e a esquerda. Boa leitura:
O projeto de sociedade da extrema-direita (em suas variações pelo mundo, inclusive no Brasil) pode ser entendido como um conjunto de ideias, valores e políticas voltadas para manter ou restaurar uma ordem social hierárquica, baseada em autoridade, tradição e exclusão. Abaixo, resumo os principais eixos desse projeto:
Ordem e Autoridade
– Valorização do Estado forte e punitivo, com ênfase na segurança e no controle social.
– Defesa de polícia e exército como pilares da nação.
– Crítica às formas democráticas participativas e aos movimentos sociais, vistos como “ameaças à ordem”.
Economia neoliberal com moral conservadora
– Livre mercado, privatizações e redução do papel do Estado em políticas sociais.
– Desmonte de direitos trabalhistas e previdenciários em nome da “liberdade econômica”.
– Ao mesmo tempo, defesa de valores morais tradicionais: família heteronormativa, religião como guia ético e rejeição do feminismo e das pautas LGBTQIA+.
Nacionalismo excludente
– Exaltação da pátria, bandeira e símbolos nacionais.
– Discurso contra “inimigos internos” (partidos de esquerda, minorias, imigrantes, artistas, professores etc.).
– Reinterpretação da história nacional de modo a glorificar períodos autoritários e demonizar movimentos populares.
Anticiência e controle cultural
– Desconfiança em relação à ciência, à universidade e à imprensa.
– Tentativa de impor uma visão única de mundo, baseada em dogmas religiosos e teorias conspiratórias.
– Ataques à educação crítica, principalmente à pedagogia freiriana, acusada de “doutrinação”.
Antipolítica e personalismo
– Culto à figura do “líder salvador” que se apresenta como “fora da política” e “porta-voz do povo”.
– Redução do debate político a questões morais e emocionais, com forte uso de fake news e manipulação nas redes sociais.
Exclusão e hierarquia social
– Naturalização das desigualdades (“quem se esforça vence”).
– Criminalização da pobreza e das lutas por direitos.
– Defesa de uma sociedade hierárquica, onde poucos mandam e muitos obedecem.
Rejeição ao pluralismo
– Hostilidade à diversidade étnica, cultural e religiosa.
– Rejeição da integração internacional (exceto quando serve a interesses econômicos das elites).
– Nostalgia de uma “nação pura” e homogênea.
Em síntese:
– A extrema-direita busca uma sociedade hierárquica, moralista, autoritária e excludente, onde o Estado serve aos interesses das elites econômicas e impõe uma “ordem moral” sobre a vida das pessoas.
– É um projeto antidemocrático, que combate a ideia de emancipação, justiça social e igualdade defendida por projetos progressistas ou populares.
E no Brasil, passaram a conspirar contra a própria pátria.
Agora veja o que defende a Esquerda:
– esquerda tem um projeto de sociedade emancipador, democrático e solidário, centrado na justiça social, na igualdade de oportunidades e na participação popular.
– Aqui está uma síntese clara e estruturada dos principais pilares do projeto de sociedade da esquerda — especialmente em sua vertente popular e freiriana:
Democracia real e participação popular
– A esquerda defende uma democracia participativa, em que o povo não só vota, mas decide sobre os rumos da sociedade.
– Fortalecimento dos conselhos populares, sindicatos, movimentos sociais, associações e cooperativas.
– O poder é visto como coletivo, não concentrado em líderes ou elites.
Justiça social e igualdade
– Compromisso com a distribuição da riqueza e redução das desigualdades.
– Políticas públicas de renda, saúde, educação e moradia universais.
– Defesa dos direitos trabalhistas e previdenciários como instrumentos de dignidade e cidadania.
Educação libertadora e crítica
– A educação é vista como ferramenta de emancipação (inspirada em Paulo Freire).
– Escola como espaço de diálogo, consciência e transformação social, e não de obediência cega.
– Valorização dos educadores e acesso gratuito e de qualidade em todos os níveis.
Economia solidária e sustentável
– Economia voltada para o bem comum, não para o lucro.
– Incentivo à agricultura familiar, cooperativas, economia solidária e tecnologias sociais.
– Defesa da soberania alimentar e ambiental, com respeito à natureza e às comunidades tradicionais.
Direitos humanos e inclusão
– Defesa da igualdade de gênero, raça, orientação sexual, classe e religião.
-Reconhecimento dos povos indígenas, quilombolas e periféricos como sujeitos de direitos.
– Combate a todas as formas de discriminação e violência.
Cultura de paz e solidariedade
– Valorização da diversidade cultural como riqueza do povo.
– Rejeição à lógica do ódio, da guerra e da violência policial.
– Cultura como instrumento de libertação e identidade popular.
Soberania nacional e integração solidária
– Defesa da autonomia do país frente às potências estrangeiras e ao capital financeiro internacional.
– Fortalecimento da integração entre países latino-americanos e do Sul Global com base na solidariedade e cooperação.
– Luta por uma ordem internacional mais justa, com respeito aos povos e à autodeterminação.
Projeto humanista e esperançoso
– Centralidade do ser humano e da vida sobre o lucro.
– Inspiração em valores como solidariedade, empatia, justiça e amor político.
– A utopia é vista como motor da transformação, não como ilusão.
Síntese geral
O projeto de sociedade da esquerda propõe um Estado democrático, inclusivo e popular, no qual o povo seja sujeito da história, não objeto de manipulação; busca transformar as estruturas de poder e propriedade para garantir igualdade, liberdade e fraternidade reais; é o projeto da libertação humana, em oposição ao projeto de dominação da extrema-direita.
Rosalvo Antonio/Professor e representante do Conselho Popular de Petrolina (CPP)
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