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Artigo do leitor: “O milagre dos 5,6% e o país que acorda tarde demais”

Artigo do leitor: “O milagre dos 5,6% e o país que acorda tarde demais”

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Neste novo artigo, o leitor Rivelino Liberalino analisa o atual cenário do país, que para ele dissimula a realidade. Confiram:

Dizem que vivemos o melhor momento econômico em treze anos. O desemprego caiu para 5,6%. O Brasil estaria crescendo, o povo prosperando, e o futuro, enfim, despontando no horizonte. É o retrato que pintam, com tintas de propaganda e moldura de estatística. Mas basta olhar em volta para ver que a paisagem real é bem diferente da tela. Há empresas com vagas abertas há meses, há trabalhadores qualificados sem ânimo para tentar, há jovens perdidos entre a esperança e o desalento. O que vemos é um país que sobrevive, mas não prospera. Um país que aprendeu a se contentar com o engano e a celebrar a própria paralisia.

Como é possível o desemprego cair quando as pessoas perderam o interesse em trabalhar? Essa conta não fecha — mas a narrativa precisa fechar. Vivemos o tempo da ilusão confortável, em que a verdade incomoda e a mentira acaricia. O governo descobriu que é mais fácil distribuir migalhas do que ensinar a fazer o pão. E, com isso, transformou a dependência em virtude. Um povo que depende agradece; um povo que produz questiona. E o Estado, que aprendeu a controlar pela gratidão, trocou liberdade por favor e cidadania por obediência. Venderam-nos a ilusão da estabilidade — mesmo que fosse estabilidade na miséria.

Hoje, a nova escravidão não precisa de correntes. Bastam cartões de benefício, discursos de inclusão e estatísticas bem penteadas. Chamam de política social o que, na verdade, é adestramento coletivo. Criaram uma geração que confunde direito com favor e favor com dependência. E o mais trágico é que muitos acreditam. A pobreza virou plataforma, o assistencialismo virou altar e o pobre — coitado — virou moeda política. O que deveria libertar passou a prender. O que deveria emancipar virou cabresto. E quem ousa dizer isso é acusado de insensível — porque o novo crime no Brasil é falar a verdade.

Os números são frios, mas não mentem. O Brasil tem cerca de 213 milhões de habitantes. Aproximadamente 55 milhões de pessoas recebem algum tipo de auxílio social. Há 32 milhões de aposentados e pensionistas e 11 milhões e meio de servidores públicos nas três esferas de governo. Mais de um terço da população economicamente ativa vive, direta ou indiretamente, sustentada pelos cofres públicos. Isso não é inclusão — é dependência institucionalizada. É o retrato cruel de uma nação que confunde sobrevivência com vitória. Não há PIB que resista a um país onde o sucesso do governo depende do fracasso do povo.

E, mesmo assim, a esquerda celebra. Sorri para as câmeras, empunha planilhas e diz que tirou milhões da miséria. Mas continua visitando os mesmos pobres, porque jamais os libertou. Fala em justiça social, mas vive da injustiça da dependência. Promete tirar o povo da pobreza, mas sobrevive da pobreza do povo. É um teatro bem ensaiado: o vilão é sempre o outro — o empresário, o conservador, o patriota, o cristão, o “fascista” da vez. Eles mentem com doçura, posam de compassivos, falam com voz mansa, mas suas mãos estão manchadas de controle e cálculo. Descobriram a fórmula perfeita: fingir compaixão enquanto aprisionam.

Ser de esquerda no Brasil virou jogar no modo fácil. Não é preciso coerência, apenas narrativa. Se há escândalo, chamam de fake news. Se há crítica, dizem ser ódio. Se há desgoverno, culpam o passado. Transformaram o país num espelho torto, onde a verdade aparece sempre deformada. E enquanto isso, seguem prometendo tirar — mais uma vez — os mesmos pobres da mesma miséria que nunca foi embora. O povo, exausto, agradece — e vota. Porque a esperança, quando domesticada, vira coleira.

Talvez o plano seja esse mesmo: nivelar tudo por baixo. Um país onde ninguém se destaca, ninguém questiona, ninguém sonha demais. Um país de iguais — igualmente pobres, igualmente submissos, igualmente satisfeitos com o mínimo. A mediocridade virou virtude. O mérito, pecado. O esforço, ofensa. E o Brasil, outrora gigante, tornou-se o laboratório da falsa igualdade: todos com pouco, para que ninguém perceba o quanto perdeu.

Mas há algo que o poder teme — e que ainda vive dentro do peito do brasileiro: memória e vergonha. Quando esse povo lembrar o que é liberdade, quando entender que dignidade não se dá — conquista-se — o império da mentira começará a ruir. Porque nenhum sistema, por mais disfarçado de bondade, sobrevive a um povo desperto. Nenhum tirano resiste ao grito de quem percebe que foi enganado.

Acorda, Brasil.

Acorda, porque estão te roubando não o dinheiro — mas a alma.

Acorda, porque estão trocando tua força por esmola e tua fé por slogans.

Acorda, enquanto ainda há tempo de escolher ser livre.

Porque o verdadeiro desemprego não é o do trabalho — é o da consciência.

E um povo sem consciência é um povo pronto para a servidão.

Rivelino Liberalino/Advogado

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