Sudene e UFPE realizam estudos para reativação de ferrovias em Pernambuco

A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), vai desenvolver dois estudos voltados para a implantação ou revitalização de trechos ferroviários estratégicos em Pernambuco. O objetivo é fortalecer a logística da região e impulsionar a competitividade dos arranjos produtivos locais. O anúncio foi feito nesta terça-feira (22) pelo superintendente da Sudene, Danilo Cabral.

O primeiro estudo analisará a possibilidade de reativar o transporte ferroviário de passageiros entre Recife e Caruaru, no Agreste, em um trecho estimado de 120 km. A ideia é avaliar se é possível aproveitar a estrutura já existente ou se será necessário construir uma nova ferrovia. Após essa etapa, será feita a análise de viabilidade técnica e ambiental do projeto.

Para Danilo Cabral, a proposta resgata uma vocação histórica da região e atende a demandas atuais de mobilidade. “É uma iniciativa para qualificar o transporte de passageiros entre estas cidades, que historicamente já foi pensado no final do século 19. É uma ação importante por envolver o polo têxtil, de confecções, além de contribuir com o turismo e aliviar a BR-232”, afirmou.

A proposta se soma a outras iniciativas do Governo Federal para ampliar o transporte ferroviário de passageiros no Nordeste, como os projetos Salvador–Feira de Santana (BA), Fortaleza–Sobral (CE) e São Luís–Itapecuru Mirim (MA), conduzidos pelo Ministério dos Transportes via Infra S.A.

O segundo estudo será voltado ao transporte de cargas e prevê a instalação ou requalificação de um trecho ferroviário de cerca de 250 km entre Petrolina e Salgueiro, no Sertão. A ferrovia tem como foco facilitar o escoamento da produção agrícola do Vale do São Francisco, em especial a fruticultura irrigada, conectando a região à Transnordestina, com acesso aos portos de Suape (PE) e Pecém (CE).

Petrolina, às margens do Rio São Francisco, possui posição estratégica como ponto hidroferroviário, enquanto Salgueiro, no entroncamento das BRs 232 e 116, é um importante entreposto logístico. A expectativa é que a integração entre os modais rodoviário, ferroviário e hidroviário gere ganhos de eficiência e reduza custos para a economia regional.

“Ao conectar Petrolina a Salgueiro, aumentamos o potencial de integração dos nossos arranjos produtivos com novos mercados, inclusive internacionais, reduzindo os custos operacionais. O transporte ferroviário de cargas pode representar uma economia de até 40% em comparação ao modal rodoviário”, destacou o superintendente.

A formalização da parceria com a UFPE deve ocorrer nas próximas semanas, e a previsão é que os estudos sejam concluídos até o primeiro trimestre de 2026.